Deleite colorido no México.

No mochileiros.com o título desse posto seria:

Viagem para o México – 11 dias – Ciudad de México, Guanajuato, San Miguel de Allende, Querétaro, Pena de Bernal , Ciudad Valles, Xilitla

Então, não tenho feito muitos relatos de viagem, mas acho que pasta conhecimento geral é muito importante que se escreva e conte como é vistar essa região do México, tão pouco conhecida pelo público Brasileiro.

Viajei em meados de fevereiro com minha namorada.

Perdoem a falta de lirismo. Ele ficou para trás durante a escrita do texto – que ocorreu no voo de volta para o Brasil. Deve ter se perdido no aeroporto.

Vamos lá…

Ciudad de México – Nos primeiros três dias conhecemos a capital:

Dia 1 – trocamos os dólares por pesos no aeroporto, porém descobrimos depois que o melhor local para câmbio é no terminal 2, de onde chegam e saem a maioria dos voos internacionais.

Compramos um chip da Telcel que não nos deixou na mão em momento algum durante a viagem. Vale super a pena. 2 gigas foram suficientes para o básico durante a viagem.

Usamos o transporte publico indicado pelo Google Maps, que foi bem ok. DF tem uma antiga e lotada, mas eficiente malha de metrô, e um sistema de ônibus chamado Metrobus – além dos ônibus convencionais, que permitem um deslocamento relativamente mais rápido que o carro em muitas circunstâncias. Os apps uber e cabify também estão lá, e usamos algumas vezes. Cuidado – carros podem ser uma enrascada.

Museu da antropologia – optamos por começar por aí porque não tínhamos onde colocar nossas mochilas, e no museu o serviço de chapelaria é gratuito. Nossas primeiras horas foram usadas conhecendo a história da humanidade, e também das civilizações que habitavam o México. O museu é rodeado por lindos jardins, que nos brindam com plantas gigantescas, cactos e refúgios de pedra. Os 75 pesos valeram muito a pena. Perto do museu há o bosque e o castelo de Chapultepec, que não tivemos a oportunidade de visitar, mas que foram muito recomendados.
Almoçamos no restaurante de lá, recomendo que não usem o serviço de buffet livre (que custou 250 pesos por pessoa), pois era caro e com opções restritas. Compensa mais o a la carte , pois as porções geralmente são bem servidas.

Do museu pegamos nosso primeiro uber para nosso Air bnb, que ficava na região da AV Reforma. Tivemos o desprazer de conhecer o caótico trânsito da CDMX. Ufa. Parecido com esse, só conheço o de São Paulo capital. Enfim. Chegamos em casa, provamos um pouco da comida mexicana, que merece um parágrafo só pra ela. Haha.

Dia 2

– Panaderia Rosetta – uma padaria situada numa portinha no bairro Roma Norte (vizinho ao Roma Sur, retratado pelo aclamado filme homônimo do Netflix)

Essa padaria representa nossa melhor experiência gastronômica da cidade. Ela eleva o nível de comidinha de padaria gourmet. Recomendamos fortemente o Rol de Guayaba e o Doble Ocho de Frutos Rojos. Preços relativamente altos para o padrão mexicano, mas que valem cada centavo.

– passeio pelo Zócalo – o coração da capital. Nessa região estão concentradas uma série de monumentos históricos e edifícios coloniais – me lembraram o centro do Rio de Janeiro. Conhecemos a Plaza Mayor, o Palácio Nacional – com os murais de Diego Rivera, o Bellas Artes – com seu mármore de Carrara, a loja da Sansborns com o Palácio dos Azulejos – tipo a loja de conveniência popularzona e dona da cidade, o Templo Mayor – umas antigas construções pré colombianas encontrado por acaso durante escavações na área. Ah, e o edifício Panamericano. Almoçamos lá, tem um restaurante no antepenúltimo andar, com um serviço péssimo. Sugiro que peça só uma água mesmo kkkk.
No fim da tarde fomos a um restaurante perto do Templo Mayor, que fica no último andar de um prédio. De lá tínhamos uma vista bem legal para a cidade.

Dia 3 – pirâmides de teothiuacán.

Tem várias formas de ir. Resolvemos ir com o ônibus que sai da rodoviária (Terminal de Autobuses do Norte). A passagem custa 100 pesos ida e volta. O ônibus é precário e demora cerca de 1 hora no trajeto, mas cumpre o serviço.

Chegando lá você pode optar por contratar um guia ou ir andando por conta própria um percurso total de aproximadamente 4km. Nada demais. O guia cobra 600 pesos por hora. Se você quiser um guia, fica mais barato pegar uma excursão saindo do centro da cidade, que em geral passa pela Basílica de Guadalupe e outros lugares também. Esses tours custam cerca de 450 pesos. Mesmo porque o terminal de Autobuses fica cerca de 10km do centro, pra chegar lá vc provavelmente terá que pegar um ônibus(6 ou 7 pesos) e um metrô (5 pesos)
Maaas… Fomos por conta própria e contratamos um guia bem mediano. As três pirâmides são as da Serpente Emplumada (tem uma reprodução dela no museu de Antropologia), a do Sol(a maior, com uma vista de 360 graus do local) e a da Lua (20 metros menor que a do Sol, porém com a melhor vista do cenário, sem dúvida). Achei o passeio bem impressionante, não tinha muitas expectativas com o passeio e me surpreendi. Você passará o dia sendo assediado por vendedores de pedra obsidiana, colares de prata e outros artesanato. Acabei comprando uma echarpe. Os preços são parecidos com os mercados da cidade.

Vista da pirâmide da lua para a pirâmide do sol

Guanajuato

Dia 4 -fomos de Ônibus para Guanajuato. Cerca de 4 agradáveis horas para chegar na cidade que considero o ponto alto do circuito “colonial”. GTO é uma cidade charmosa e encantadora tanto de dia como à noite.

Não é necessário tour para conhecer a cidade, basta ir andando e se perdendo pelos seus becos. Irão tentar te vender um tour para ver múmias, um tal de museu da inquisição e uma mina desativada, Marcela e eu até chegamos a embarcar nessa fria, digo, tour, mas saímos no meio do desinteressante passeio. Para nossa surpresa, existe uber em Guanajuato, chamamos um motorista simpaticíssimo, que nos levou direto ao nosso Air bnb.
O mercado local vale uma visita, o resto é por conta de vocês. Não falta o que fazer nessa cidade maravilhosa.
À noite muitas lojas ainda estão abertas, existe um programa chamado “callejonada” em que locais fantasiados com roupas pomposas tocam e cantam com os turistas pelos becos da cidade. É uma maneira diferente de vivenciar o local, e à parte dos comentários algo machistas e heteronormativos do líder do grupo, é uma experiência que vale ser vivida.

O interior gringo – San Miguel de Allende

Dia 5 – pegamos mais um ônibus para San Miguel de Allende, vizinha a Guanajuato. Outra cidade igualmente colorida, com um toque extra de Gringos Americanos, que por algum motivo, há muitos anos turisteiam e inclusive tem propriedades no local. Isso diminui um pouco o toque particular da cultura mexicana, por outro lado oferece algumas opções Gourmet para tudo, desde lojas de lembrancinhas a restaurantes. Comemos Molcajete (Tipo uma moqueca de carne e nopales – o cacto comestível que parece um quiabo – assada na pedra) no restaurante Los Milagros, sugeridos por nossa host Olga. Foi uma refeição muito boa e com ótimo preço.

Em SMA comemos uns churros bem gostosos #####

Querétaro, a cidade que não conhecemos

Dia 6 – partimos para Querétaro, cidade maior e famosa por seus aquedutos que fazem lembrar os arcos da lapa. Infelizmente não tivemos tempo para conhecê-los, pois da rodoviária já partimos diretamente para Pena de Bernal, um povoado próximo. O motivo era simples, conhecer o pueblito com o cenário mais bonito da região, devido ao seu enorme monolito. Realmente, o cenário é maravilhoso, inclusive é possível subir o monolito em uns 40 minutos, mas só tiramos fotos mesmo. Tivemos uma refeição no Tierracielo, um restaurante que fica no terraço de um predinho, e tem uma vista muito boa para o monolito.

Visitamos uma grande loja de roupas locais onde a produção ocorre nos fundos da loja. O vendedor nos convidou a entrar para conhecer os tecelões, foi uma experiência incrível. Fiquei encantada com os rolos e rolos de lã os vários teares e os senhores responsáveis pela produção. No mesmo dia voltamos para Querétaro e partimos num ônibus noturno da Omnibus de México para Ciudad Valles.

O portal da Huasteca

Dia 7 – chegamos às 3:30 na cidade base da Huasteca Potosina, região mexicana rica em atrações de ecoturismo e aventura. Essa cidade, situada no estado de San Luis Potosí, tem como renda principal a pecuária, a cultura canavieira, de café e laranja. Ao contrário das famigeradas “naranjadas” servidas na capital, que nada mais são que uma mistura de suco de laranja, água mineral e um xarope doce, os jugos de naranja saque são muito saborosos. No entanto, em termos de urbanismo, a cidade não tem nada de muito especial. Por isso, o que fizemos aqui foi contratar pacotes de turismo para atrações próximas, situadas entre 40 a 60 km da região. Utilizamos o serviço da Haxteca.com e também recomendamos a Ruta Huasteca. Nesse dia visitamos a comunidade de Xilitla e o Jardim Surrealista de Edward James. Trata-se de uma área de 3 hectares que foi decorada com monumentos de cimento por esse moço inglês rico chamado Edward James, fanático por orquídeas e natureza. O resultado dessa mistura excêntrica de dinheiro e natureza gerou o jardim, que vale muito a visita e infelizmente tem alguns monumentos disponíveis apenas para serem fotografados, já que a estrutura é frágil demais para ser “escalada” pelos turistas. Ah, lá tem uma cachoeira onde se pode tomar um banhozinho gostoso. Se quiser, leve roupa de banho.

No mesmo dia também visitamos o Sótano de las Gaugas###, basicamente um buraco natural de mais de 400m de profundidade onde habitam alguns pássaros. O fenômeno a ser observado é do retorno desses pássaros para o seus ninhos após um dia de pesca de algas em Tampico. Vimos apenas as maritaquinhas voltando, mas o próprio ambiente já é um espetáculo à parte. Para chegar lá existe uma escadaria quase interminável onde os locais vendem produtos como doces e café torrado. O guia “permitiu” que uma criança da comunidade desse as explicações do local e inclusive fizesse uma demonstração do idioma falado na região. Ao final do passeio descobri que ele vive de algumas gorjetas fornecidas pelos turistas.

Dia 8 – no nosso segundo dia em CV, visitamos a cachoeira de Tamasopo, de super fácil acesso e de uma beleza indescritível. Após as quedas se formam algumas poças naturais cheias de peixinhos, é possível saltar e nadar nos poços. Na segunda parte do dia visitamos a Puente de Dios, que é um fosso circular de uns 20 metros de altura, de onde chegam cachoeirinhas por todos os lados. A água desse poço é de um azul turquesa sensacional, e a energia do lugar é incrível também. Toda a água vinda dessas quedas desliza por uma estreita passagem, a tal “Puente” de cerca de 1 metro de largura, que desemboca num riozinho. O mais interessante dessa passagem é a cor da água, que fica verde (ou seria azul?) néon devido à incidência da luz solar. Ufa!!! Que dia!!

Dia 9 – o mais esperado dia em CV era o da visita à cachoeira de Tamul, que realmente foi um passeio maravilhoso. Basicamente, trata-se de fazer um trajeto de 4km remando rio acima REMANDO, para dar de cara com uma cachoeira enorme! É realmente muito gratificante! Imagino que devido à correnteza não fomos até embaixo da cachoeira, mas até s próximo a ela, onde tem uma pedra grande onde se pode fotografar à vontade. Ao longo do trajeto de ida e volta somos brindados com a visão de um rio de águas verde claras e mini cascatas entre pedras e avença lindas.

Nesse mesmo dia fomos a um poço de água dentro de uma caverna onde é permitido nadar. Todos os passeios são feitos com coletes salva vidas e muita segurança. Esse poço me lembrou o poço azul de Chapada Diamantina.

Cada dia do pacote custou entre 800 e 900 pesos por pessoa e conta com um lanchinho e almoço.

Dia 10 – decidimos ficar mais um dia em CV antes de voltar para a capital, arrumamos as malas, e fomos por conta própria para a região de Micos. Pagamos 23 pesos no ônibus para Micos, que sai do centro da cidade e não da rodoviária comum. Levamos quase 1 hora para percorrer os 30km que nos separam na região, pois o ônibus viajou bem no estilo pinga-pinga. Fomos deixadas no meio de uma estrada, de onde caminhamos por cerca de 30 minutos para chegar à entrada das cachoeiras. Havia a opção de descer um pouco antes, para acessar a entrada de uma série de tirolesas(tem uma até de bicicleta) que custam de 600 a 900 pesos cada rodada. Optamos por visitar só a cachoeira de Saltos, onde é possível alugar um colete salva vidas por 30 pesos e nadar e saltar o quanto quiser. O local cobra 30 pesos para a entrada e por ter um “fácil” acesso, nos pareceu um pouco mais farofado. A infra estrutura montada no local tem várias barraquinhas de comida mexicana, artesanato e roupas para nadar.

Isso não tirou a beleza da cachoeira situada na lateral, mas as outras cachoeiras visitadas eram bem monumentais. Para voltar, fomos novamente para a beira da estrada e ficamos esperando um “taxi” passar. É um tipo de uber pool em que o motorista do carro vai recolhendo os passageiros. Pagamos 40 pesos por pessoa e levamos 35 minutos para chegar à cidade.
Nesse mesmo dia pegamos o ônibus de volta para a CDMX. Passamos bastante frio nas 9h de viagem com a Futura Select.

Khalo no pé de tanto esperar

Dia 11 – no nosso último dia de viagem saímos para a Panaderia Rosetta ter nosso último café da manhã de rainhas, e seguimos para o Museu da Frida. Chegamos às 10h em ponto, horário de abertura no sábado. Qual foi nossa surpresa ao notarmos ônibus de turismo e uma fila de aproximadamente 60 pessoas na porta. Ficamos 2h naquela fila, com direito a passar muita raiva numa adorável manhã mexicana. Da pra comprar antecipadamente pela Internet, mas não havíamos feito isso e já estava tudo esgotado para o dia (não era possível comprar pela Internet naquele exato momento). Enfim, chegou nossa vez, pagamos 250 pesos + 30 pesos para fotografar e entramos. O museu realmente é belo e muito bem cuidado, com vários objetos pessoais e obras da Frida. Glória a Deus que o museu era bom. Passamos em seguida ao Mercado de Coyoacán, que fica lá pertinho, que apesar das boas barracas de comida (um dos únicos lugares em que as pessoas pareciam preparar as comidas com mais higiene – é comum o vendedor oferecer comida aos possíveis clientes segurando a comida com a mão – e lá eles usavam uma luvinhas de plástico), o artesanato era misturado com uns produtos chineses igualzinho a gente tem no Brasil, mesmo.

Seguimos então, via uber para o Mercado de la Ciudadela, nosso favorito dos artesanatos. Ele é enorme e tem de tudo mesmo. Além de que tem muito menos turistas circulando que o de Coyoacán. Compramos cestinhos de palha, lembrancinhas, imãs, cerâmicas, echarpe, e se o dinheiro fosse infinito, muito mais coisas também seriam compradas. Definitivamente um ótimo mercado. Eles aceitam dólares com naturalidade, o que nos surpreendeu bastante.
Outro mercado que visitamos foi o de San Juan, basicamente de comidas – e que tem todo tipo de bicho exótico – insetos, minhocas fritas, jacaré, lebre, etc. Bem. É mais pra quem está interessado nesse setor, mesmo.

Ao fim do dia, fechamos nossas malas e nos despedimos do México comendo um sanduíche no We Love Burger – na vizinhança do nosso Hostel – Local Trip Hostel (péssimo, por sinal, mas escolhemos pela localidade – Roma Norte).
No dia seguinte partimos com a mala cheia de lembranças e sabores dessa terra mágica que é o México. Hasta Luego!

Notas

ÔNIBUS NO MÉXICO

os ônibus do México tem um serviço mais completo que no Brasil, oferecendo lanche, bebida, fone de ouvido e TV a bordo. Não tivemos parada para passageiros na nossa viagem de 9 horas de Ciudad Valles para a capital. Dentre as companhias que viajamos, nossa preferida foi Primera Plus, seguida por Omnibus de México, e depois Futura Select.
Uma exceção foi o passeio Pará as pirâmides, em que um dos ônibus não tinha ar condicionado nem janelas abertas, mas o outro, apesar de mais simples, pelo menos tinha ventilação. Basicamente, as rotas curtas em cidades do interior podem ter uma frota bem precária, mas os trajetos mais longos foram bem satisfatórios.

COPA AIRLINES

Fizemos o trajeto BH => Ciudad de Panamá => Ciudad de México. Os aviões tem o básico, o serviço de bordo é ok, mas na maioria dos voos não havia canal multimídia para os passageiros, apenas um rádio com 10 canais. Pelo preço promocional da passagem, valeu a pena, mas considero a Copa inferior a outros serviços como American Airlines, KLM, Aerolineas Argentinas, Turkish, enfim, todas as outras. Mas talvez seja só uma questão de rota, pode ser que eles tenham boas aeronaves fazendo outros trechos.

OXXO

Essa loja de conveniência é tipo um quiosque tem tudo 24h estilão americano misturado com casas lotéricas. Tipo, dá pra pagar conta, fazer depósitos e comprar passagens de ônibus. Não é incrível? Pelo que dizem os locais, as mercadorias tem o preço um pouco mais alto que o das demais lojas.

COMIDA

Bem, a comida no México tem uma particularidade que é a presença maciça do milho(maíz) e do Chili em todos os pratos – desayuno(café da manhã) , comida(almoço) e cena(janta). Sendo que é imprescindível pra eles a existência das tortillas, que são tipo uma panquequinha feita de farinha de milho torrada e da pasta de Chili – que é tipo um molho de pimenta picante – e um pozinho que eu entendi que também chama Chili – que é uma pimenta em flocos.
Bem, algumas pessoas acham o cheiro de tortilha super enjoativo, ainda mais para nós, que temos uma cultura baseada na mandioca. Basicamente, todos os pratos que eles tem lá tem alguma forma de milho.
Tortillas – tipo uma tapioca de milho
Esquites – milho cozido picado da espiga com algum molho

Bocoles – um sanduíche com duas tortilhas e um recheio à sua escolha
Nachos – uma casquinha frita à base de milho
Gorditas – uma tapioca aberta de tortilha com uma cobertura de um sabor
Quesadillas – tipo uma tapioca dobrada de tortilha com recheios de queijo + outra coisa
Doritos – o deles é mais picante, não compre o da embalagem preta, é horrível
Burrito – uma tapioca de milho enroladinha com um recheio
Recheios – podem ser carne de porco, boi, frango, nopales, flor de abóbora, feijão, queijo
Frijoles – Feijão – eles tem feijão no almoço igual a gente, no México eles tem um feijão servido tipo um Tutu, que é muito bom. Em Ciudad Valles comemos muito feijão preto. Me disseram que existem vários tipos de feijão, até um amarelo, que não conheci. O uso do feijão é muito mais amplo no México, pode vir no recheio de um sanduíche ou de algum dos pratos à base de milho que mencionei acima.
Nopales – são cactos comestíveis e saborosíssimos. Textura tipo de uma babosa, sabor parecido com quiabo. Vale a pena provar.
Sopa – ótimas e um pouco gordurosas. Não ache que serão uma refeição super leve.
“Al pastor” – uma mistura de porco com abacaxi.
No final do dia, quase todas as comidas terão um pouquinho de pimenta, sempre com mais pimenta do lado, seja em molho, que é o mais comum, seja com Jalapenos pra comer junto. A comida em geral não tem tanto sal quanto a brasileira, e até eu que sou acostumada com menos sal na comida, senti falta de um saleiro. O mesmo se aplica aos doces – eles Amam tamarindo – não são tão doces, o que acho que é uma vantagem.
Frutas na rua – eles vendem frutas picadas em copo de plástico, diga-se de passagem, sem nenhum tipo de refrigeração – manga, abacaxi, pepino e uma outra que parece uma pera, mas não temos no Brasil. Se bobear ganha um Chili junto pra botar nas frutas. As mangas são deliciosas.
Água mineral = água com gás
Água purificada = água sem gás.

This was not my birthday cake

(English version below)

A cada segundo de nossas vidas, nosso corpo vai envelhecendo. No ciclo eterno dia e noite, em meio a agendas apertadas, programas culturais, trabalho, comida e sono, vamos vivendo as escolhas que fazemos. A vida adulta de resolução de problemas, estabelecimento de metas.
Este ano fiz 26. Não teve festa. De qualquer forma, tenho escolhido viver cada dia como um pequeno milagre, ao lado dos velhos e novos amigos. A vida é uma celebração. De repente lembramos da criança que fomos. Doces, roda gigante, música, amigos.

Poucos meses atrás, estava andando com meus novos amigos, madrugada adentro à beira do rio Tâmisa. De repente nos deparamos com um grupo de indianos em algazarra, haviam contratado uma violinista polonesa na rua em comemoração ao aniversário de um deles. Fomos convidados para participar de uma festa de aniversário. Doces, roda gigante, música, amigos.

Um momento de etérea alegria de comemorar existência humana como com o filtro da simplicidade de uma criança.
Não somos mais crianças, mas esse estado que nos deixou há (mais ou menos) tempo nos deixou o legado de ver o mundo com olhos que tem braços abertos para a realidade.
Feliz dia das crianças.

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Every second of our lives, our bodies get older. On the endless cycle of day and night, between tight schedules, concerts, working, eating, sleeping… we live our choices. Adult life consists in solving problems, stablishing goals and focusing on them.
I’ve turned 26 this year. There was no party. But i’ve been trying to live every day as a litte miracle. Candies, big wheel, music, friends.

A few months ago I was walking with my brand new hostel friends along Thames river… It was 1 am. Suddently we stumbled upon this cheery group of indian friends. They’ve paid some pounds ta polish classic violin player to play them some birthday(and non-birthday) tunes. One of the guys was turning 26. We were invited to be part of it, and than all of us were celebrating somebody’s else 26, but it was more than that. We were celebrating life. Candies, big wheel, music, friends.

This was a moment of ethereal happiness. We were celebrating the joy of human existence through the eyes of a child. We’re not children anymore. This status was left behind long time ago, but it has also left us some gifts. One of them was how to keep our eyes wide open enough to embrace reality.
Happy Children’s Day!

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Maranhão – Arredores – Alcântara

Ah, meus queridos, a rotina volta e o tempo livre fica escasso.

Quero compartilhar com vocês minha jornada maranhense, que comecei em São Luís (leia aqui).Assim que der, vou acrescentando e colocando mais coisas…

Ainda, pelos arredores da capial, podemos fazer os passeios clássicos que são:

  • Visitar a cidade de Alcântara
  • Fazer um passeio em Raposa e São José do Ribamar

É nessa hora que percebemos que São Luís fica em uma ilha, e o transporte pode ser bem complicado.

Vamos começar por aí, então.

Visita a Alcântara.

Viajar é aprender. Aprendi algumas coisas para não fazer com a visita em Alcântara.

Para chegar, paga-se 12 reais pra ir de barco pra lá. Fui com alguns amigos do Hostel (Solar das Pedras), e basta ir até o cais e comprar o bilhete. Fique atento ao horário de saída, pois ele varia de acordo com as marés. Lá fica seco e intransitável em alguns horários do dia.

A viagem contou com um pouco de agitação do barco, praticamente bem tolerável em alguns momentos. Achei o “barco” pequeno mais tranquilo que o grande. Mas é mais demorado. O preço é o mesmo.

Chegando lá, saindo do barco, com câmera na mão, abordados por um simpático moço que se ofereceu para nos fotografar. “Pode sim, moço”, fizemos uma pose, rapidamente ele devolveu a câmera, já ofertando o peixe: ”Meu nome é Carlos Magno, sou guia turístico de Alcântara. Estão interessados?”.

A foto que o guia Carlos Magno tirou
A foto que o guia Carlos Magno tirou

Alcântara, cidade histórica, importante ter uma noção do espaço, achei que valia a pena. Minha colega Luiza topou também, o casal que estava conosco logo escapou. Entramos Luiza e eu em uma van, que já estava cheia com um pessoal brasileiro. Três minutos depois, a van nos despejou no ponto de início do tour, o Museu Aeroespacial de Alcântara, no centro da vila.

Pausa. Neste momento, nosso guia ficou do lado de fora, nos aguardando. Assim como no ponto seguinte, a Igreja Nossa Senhora Rosário dos Pretos – minha favorita! – quem deu um show na explicação foi o seu Benedito. E no final ainda deu uma demonstração de tambor de crioula nos tambores da igreja.

Inclusive, vale uma visita no município nos festejos de São Benedito na lua cheia de Agosto, quando se toca Tambor de Crioula.

O guia é horrível. Não vou descrever detalhadamente como ele era ruim. Mas confie em mim, ele é péssimo. Acho que foi o mesmo da Sílvia, do Matraqueando . Só não tivemos a mesma inventividade de fugir do restaurante que ele nos indicou, que nos ofereceu um peixe grelhado (seco e duro), e atendimento muito ruim. O único ponto bom foi o arroz de cuxá, que estava gostoso. Mas parece que o restaurante mais famoso de lá é o Restaurante Cantaria.

Para encerrar o assunto de guia, deixo aqui a dica da colega Nívea do Destino de Viagem e do Pedro do Sem Destino – guia Danilo de Alcantara, guia naturalista, que é dono da pousada Bela Vista.

Vamos prosseguir o passeio:

Casa do Divino – “Museu” que abriga elementos da festa do divino: mesas, altares, roupas usados nas comemorações. Funcionária bem simpática para explicar tudo.

A Igreja Nossa Senhora do Carmo – a igreja dos brancos, cheia de ouro por dentro. Ao lado dela havia um convento das Carmelitas, o que se vê hoje são somente ruínas.

03 Igreja de São Matias – Aquela ruína clássica das fotos de propaganda de Alcântara. Essa igreja nunca foi acabada. Logo à frente, o único pelourinho original preservado do país. Tivemos que passar bem rápido aí, mas também na mesma área tem o lugar onde era o presídio local, que hoje é a prefeitura. o.O. Mas faz sentido, né gente?

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Igreja de São Matias, à direita a Prefeitura

Ao final do passeio, correndo para pegar o último barco de volta, tivemos tempo para comprar e experimentar o famoso Doce de Espécie, típico do local, feito com coco. Gostoso, mas nada de mais. Na mesma lojinha onde compramos o doce de Espécie também vendiam Dramin a R$1,00 o comprimido. Boa viagem para nós!

02
O reencontro dos viajantes

Chimacum-bah-tche!

Permitam-me, queridos leitores, fazer uma pequena pausa no meu relato maranhense para mencionar algumas pérolas de minha curta passagem por Porto Alegre – RS.

Quem visita a capital do Tchê e do Bah que não se engane, ainda não saia correndo para Gramado! Tem coisa aqui pra ver.
O local tem vários atrativos, vida noturna variada e belas paisagens.

Para os mochileiros, vários Hostels, fiquei no Rock N’Hostel, pois ficava próximo ao evento que ia participar. Está longe de ser o melhor hostel que já fiquei. Digamos que ele se presta ao ato de dormir e conhecer o pessoal. O café da manhã é fraquíssimo, e faltou água no último dia. Quase ficamos sem tomar banho. Ok. Mas não faltou companhia para desbravar essa cidade surpreendente.

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Mercado Público e o Homem Banana, para dar um tapa na cara da sociedade

De lá fui a pé ao Mercado Público, tão criticado por muitos turistas, mas que merece SIM uma visita. Provei a famosa salada de frutas com nata da Banca 40! Cara, é um prazer misturado com culpa… kkkkk A “nata” na verdade é um creme de textura de gordura trans com um adocicado leve que cobre a salada de frutas. As frutas estão lá pra atenuar a gula. Não quero nem saber o que tem dentro dessa nata, só sei que foi delicioso. Pra quem quer levar pra casa, eles tem pra vender separadamente também.

Se você tem simpatia pelo PETA, cuidado ao ler este parágrafo. Também no mercado, reencontrei uma paixão antiga, a Alpargata de Carpincho. Já tinha visto na Argentina, fiquei encantada, mas não comprei. Acho lindo a textura daquele couro tão peculiar, cheio de bolinhas. Gente. Pera. O que é um Carpincho? Acabei de descobrir que carpincho é o nome em espanhol para CAPIVARAAAAA! Fiquei com um pouco de pesar por ter comprado um sapato de capivara. Ainda mais esses bichinhos tão simpáticos que nos surpreendem a cada dia! A criação e caça de capivaras parece ser algo mais comum no sul do Brasil e países adjacentes. Como curiosidade, as bolinhas presentes no couro, segundo os sites especializados, são cicatrizes devido a agressões que umas fazem às outras. Um minuto de silêncio pelas capivaras.

No Mercado você encontrará o clássico Chimarrão, tão presente em todo o Brasil, nomeando todas as churrascarias bem conceituadas do país. Mas vamos à erva, pois de matança animal já falamos um pouco. O Chimarrão é bem diferente do Mate argentino e uruguaio, deixo aqui e aqui um link explicando as diferenças entre a erva em si e o modo de preparo. Nós temos uma erva mais fina (pó) e verde viva, com sabor suave, pois a erva não foi torrada. As cuias são imponentes, predominantemente produzidas com porongo, nossa cabaça.

Aqui no Parque Farroupilha, me achando a diva com minhas alpargatas novas de capivara. #omg!
Aqui no Parque Farroupilha, me achando a diva com minhas alpargatas novas de capivara. #omg!

Se você tem curiosidade de conhecer outros tipos de cuias, com modelitos lindos e maravilhosos, dê uma passada também no Brique da Redenção. Essa é uma feira de artesanato e de antiguidades que ocorre no Parque Farroupilha, mais conhecido como Parque Redenção, fica domingo o dia inteiro funcionando. Tem expositores de cerâmicas, pinturas, lá você comerá pinhão, e comprará da cuia que quiser, com influência Argentina ou Brasileira. Vale a pena conhecer. Obs. Pra quem ficou curioso com a palavra Brique, veja aqui a sua origem.

Dica do Brique – Minha barraquinha preferida foi a do Box 128, do Breno Caldasso. Ele faz artesanato em vidro fundido. Dá vontade de levar tudo.

Ai, meu Deus, Figada!!!!!
Ai, meu Deus, Figada!!!!!

Dica 2 do Brique – GENTEENNN, descobri um doce novo, Figada, que está indo para a posição imediatamente acima da goiabada no ranking de doces bárbaros. Que isso, rapaz!!!??? Bom demais! Tirei uma foto para vocês verem como parece um céu estrelado o doce e as sementinhas do figo e porque não?, pra fazer um merchã pros caras. Comprei por 7 reais.

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Rooibos blendNo setor alimentação, mais precisamente da “telosofia”, visitei a loja El té, que fica escondida em uma galeria chamada 5ª Avenida, Rua Vinte e Quatro de Outubro, 111, Loja 35. Super aconchegante, vende chás da Moncloa, e tem também comidinhas bem especiais para comer com o chá. Tomei lá um London Fog, que foi Earl Grey com leite semidesnatado, delicioso, e experimentei um blend de Rooibos e bolo de fubá.

Tomou chazinho, agora, dormir? Capaz!!!

batA night portoalegrense bomba na região da Cidade Baixa, perambulei com meus amigos do Hostel pelas ruas e becos até encontrar uma boate incrível: O Batemacumba Bar , inspirado na poesia/música de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Olha que incrível o concretismo da coisa:

Parece a bandeira do Brasil, né? Teve quem enxergasse também várias outras coisas, deixo os links aqui e aqui para considerações mais profundas.

Pra ouvir:

A atração da noite foi uma banda de Funk chamda Motherfunky. Sem palavras para descrever a emoção de dançar todas aquelas músicas animadas junto com a galera, a energia e o astral dos músicos. Deixo com vocês um pequeno vídeo gravado por essa que lhes escreve.

Obrigada, Porto Alegre! Obrigada, Graci, por me emprestar uma blusa de frio pra ir pro Sul! Obrigada Marcelo e Anna, pela companhia. Obrigada uruguaio, por comprar pinhão pra mim. Obrigada PoA, por existir!!

Porto Alegre não acaba por aí, tem museu Iberê Camargo, tem usina do gasômetro, tem mil coisas… Não tive tempo de conhecer, ficam anotados pro próximo reencontro!

Experiências gastronômicas

Uma das coisas que ocupam nosso tempo de maneira mais produtiva é a arte culinária.
Estou bem longe de dominar a parada, mas cada tentativa é um passinho rumo à essa conquista… E hoje em dia, com o advento da internet, nem é tão difícil assim aprender a fazer as coisas.
Estou no fim das férias, e hoje tive que comprar alguma coisa pra renovar o estoque na geladeira. Tudo começou com um vinho velho que estava há 10 dias na geladeira. Fui procurar como dar um fim nele. Achei receita de frango com vinho.
Aí me deu vontade de comer cogumelo. E tabule.
Não sei exatamente como se deu o processo. Só sei que na minha peregrinação de compras vespertina, consegui comprar todos os ingredientes necessários.
Mas acabei preparando shimeji e tabule. O vinho continua lá na geladeira, rs.
Amanhã eu resolvo.

Compartilho com você a receitinha dessas delicinhas:

970380_528037330659530_4533121666212716844_nTABULE*

  • 2 tomates – picadinhos
  • Alface – para por no fundo do prato
  • Hortelã – um galho
  • Salsinha – o pacote todo
  • Trigo para quibe – usei umas 2 xícaras, acho que foi meio muito. Basta colocar água até cobrir quase tudo e esperar. Ele incha e fica macio após uns 30 minutos.
  • 1 cebola picada
  • Sal
  • Azeite
  • Limão

aqui é só misturar a salsinha, tomate, trigo, cebola.

Depois, acrescentar o sal, o limão e o azeite e despejar tudo em cima do prato ou bandeja forrada com alface.

Rendimento – 2 pessoas

*Tabule significa “Condimento” em árabe.

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10351151_528037310659532_5365729665670142736_nSHIMEJI** COM ALHO PORÓ

  • 200g de shimeji preto (comprei uma bandejinha) – ele tem que ser destacado da base, lavado e escorrido.
  • 1 talo de alho-poró
  • 25g de manteiga (coloquei a manteiga sem sal, pois esse prato acaba ficando muito salgado)
  • meio copo americano de molho shoyu (pela quantidade, pode ser até menos)
  • Não tinha saquê, então coloquei meia xícara de álcool. Ui. rs.
  • Tempero com Alho (meia colher)
  • Alho picadinho
  • Salsinha
  • 1/2 colher de sopa de açúcar 
Aquecer uma panela e em seguida colocar a manteiga. Quando tudo derreter, colocar o shimeji, o açúcar, o álcool (era pra ser o saquê) e o tempero. O Shimeji vai começar a cozinhar e soltar água, em menos de cinco minutos você perceberá que ele diminuiu e está macio. Reservar esse caldo que saiu do shimeji e acrescentar o molho shoyu e o alho-poró.
Deixar por 1 minuto em fogo baixo, retirar o produto da panela e botar em um prato. Regar o shimeji e o alho com o caldo reservado e jogar também a salsinha, ou uma cebolinha por cima.
 
Rendimento: 1 pessoa. Não sobrou nadinha.

Inspiração: Aqui e Aqui.

** Shimeji eu não descobri o que significa.

 

Um ensaio sobre a apropriação do Elefante Branco

Ah, o lar.

Todos querem um aconchego, um cantinho, um cafofo para repousar o corpo e a alma – e pra chamar de seu.

Aquele soninho infinito que encontra uma cama macia, o lar.

A combinação perfeita para as aspirações de uma alma: o lar e a pessoa.

É.

Mas depois tem a bagunça, a louça e roupa.

Ainda bem que tem máquina de lavar.

Aquele eletrodoméstico impontente, austero e branco.

Imagem

Aqui em casa só coube na sala.

Ah, que nada, ninguém vai perceber que ela tá lá, né? #sqn

Divido com vocês o projeto “Humanizando máquinas: o renascimento do espaço morto”, ou “Um ensaio sobre a apropriação do Elefante Branco”.

coisinha vermelha do pac man
Como esconder sua máquina de lavar roupas – Versão Vermelha
Pokebola, Vai! # sqn
Como esconder sua máquina de lavar roupas – Versão Amarela

Ligando os pontos: MSF, a odisseia

Desde que descobri sobre a Exposição Campo de Refugiados do Médicos Sem Fronteiras aqui em Belo Horizonte, me propus a visitar… e a partir daí aquela busquinha básica no Google Maps pra saber como chegar lá sem um carro.

Pra chegar é o 64, só que não.
Pra chegar é o 64, só que não.

O primeiro desafio foi descobrir onde fica o Parque Ecológico da Pampulha... Umas 2 horas depois de muito analisar o Google Maps e o app Ônibus BH, estabeleci minha rota utilizando os ônibus SC04 e 64, e em qual ponto deveria descer…

Quando peguei o segundo ônibus(64), não foi pequena a surpresa quando a cobradora me informou que o ônibus não tinha um ponto próximo ao Parque, somente no Mineirão. Mas sempre existe uma pessoa no lugar certo nessas horas, e foi graças a Janaína, que estava do meu lado durante o trajeto, que mudei de última hora a estratégia… Descer do 64 e pegar o 3302 no ponto do Shopping Del Rey. Logo logo o ônibus passou, e viva! Desci bem ali.. não sabia onde estava, nem como chegar ao parque.. Vi ao longe uma plaquinha “Portaria 2 – Parque Ecológico da Pampulha”. Vixx…. Portaria 2? Aposto que eu deveria entrar na Portaria 1, pensei.

Caminhei até o porteiro, e perguntei “Acho que estou na portaria errada, estou procurando a exposição do Médicos Sem Fronteiras”. Para o meu alívio, ele disse “Não, é aqui mesmo, pode entrar por aqui!”

Ufa, cheguei! E mais do que isso, faltavam apenas 15 minutos para o término da exposição, não obstante, fui super bem atendida pelos expositores, que tiveram toda a paciência para me dar uma explicação VIP sobre o Campo de Refugiados. Além de ser bastante realista, a explicação foi também instrutiva. Descobri que existe teste rápido para malária assim como o de HIV aqui no Brasil, aprendi sobre a questão sanitária dos acampamentos, a rotina dos profissionais, e a importância de todas as pessoas que realizam doações regulares ao MSF. Os doadores privados correspondes a 80% de toda a verba arrecadada por MSF.

 

Yupi!
Estande com as fotos dos refugiados.

De quebra, no final da visita, ainda não precisei de passar por toda a odisseia na volta para casa, ganhei uma caroninha básica até pertinho do meu bairro! Obrigada Alexandre pela carona, e a Mariana, Michel, Socorro e os demais, que não perguntei o nome! Vocês contribuíram para me motivar ainda mais a perseguir o meu ideal de um dia também fazer parte dessa equipe! Parabéns pelo maravilhoso trabalho que fazem, apesar de todas as privações e dificuldades diárias.

Caroninha básica!
Caroninha básica!

Quem ainda não visitou a exposição, ainda dá, hein? Fica em BH até dia 4 de maio.

Equipe MSF
Até a próxima!

Considerações Bucólicas

Talvez por excesso de aulas de literatura, sugeri uma vez que o nome da nossa banda de colégio fosse “Os Árcades”. Não colou, adotamos  “Banda Inversus”. Por outro lado, o arcadismo ainda ecoa em algum lugar da minha alma… Basta um canto de pássaro para reavivar aquela sede de natureza, água pura, roça e de mansidão de formiga. Ainda mais remoto que “os árcades” foi o sonho de um dia trabalhar no Greenpeace. Atualmente reconheço minha falta de vocação para acorrentamento em barcos polares, mas admiro a coragem dos ativistas.
Hoje as aspirações são um pouco mais humildes, breve visita à casa dos avós me inspira a um sonho de vida sem ameaça de ladrão ou engarrafamento, num lugar onde o barulho da água corrente embala o sono e pássaros diversos alardeiam a chegada do novo dia.

Riacho da roça

Hoje presenciei a visita de dois tucanos ao pé de caqui, na mesma hora em que saí da casa para fotografar um belo arco-íris.
Passo por um momento de mudança para uma cidade maior que a minha. A vontade que dá é de levar desse pequeno paraíso um pouquinho desse espírito de harmonia.

Arco-íris bucólico

Obrigada, Deus, a nossa Terra é maravilhosa! Que não nos esqueçamos de zelar por esse presente!

Gravidade e o Plano B

Silêncio absoluto. Vazio. Imagine-se caindo num lugar onde não haja nada para segurar, onde a inércia faz com que você não consiga controlar a sua trajetória.  Essa impressão de descontrole me invadiu quando assisti ao filme “Gravidade“, de 2013. Dá um certo alívio quando nos damos conta de que enquanto a Sandra Bullock rodopia pelo espaço, continuamos no conforto de nossos sofás… Ufa! Mesmo assim, essa aflição nos acompanha durante todo o filme.
A ansiedade, esse medo do desconhecido nos assalta em diversas circunstâncias da vida. Ela ressurge naqueles dias em que você se dá conta de que por algum motivo os seus planos não vão dar certo, e que chegou a hora de providenciar um Plano “B”… E não dá pra entrar em uma cápsula e fugir, temos que encarar os novos desafios e descobrir uma nova solução, reconhecer dentro de nós novas potencialidades e tcharam! Voilà uma saída!
Às vezes demora, e as respostas não são tão mágicas assim. Só que às vezes nos falta tempo para ter certeza de que estamos mesmo tomando a melhor decisão. Mas é assim mesmo. Felizmente, temos direito de errar também. E de tentar de novo. Ainda bem, né? Diminui um pouco a expectativa que temos acerca de nós mesmos, mas de qualquer forma não elimina aquela vontade de que dê tudo certo no final… E para o nosso consolo, nada melhor que lembrar das palavras do Fernando Sabino:
No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.

Resoluções Literárias

Acabamos de passar pelos últimos minutos do primeiro dia do ano. No Dia Mundial da Paz pude contemplar as dádivas que recebemos da natureza… O ar que respiramos, o mar grandioso e divino, a areia sob os pés, a chuva que lava a alma…

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Aproveitei o dia para pensar  nos planos e resoluções para o ano novo… Mais especificamente nas resoluções literárias… Atualmente estou lendo um livro chamado Minha Terra, escrito por Abraham Verghese, um médico etíope que vive nos Estados Unidos. Ainda estou no capítulo quatro, mas sei que o livro é uma espécie de autobiografia sobre o cuidado com pacientes com HIV e aids. Descobri esse autor depois e ler o 11o Mandamento, por recomendação de uma professora. Imperdível.

Nossa… Mas tem tanto livro que eu queria ler.. Grande Sertão Veredas, Crime e Castigo, A Linguagem de Deus, A montanha mágica, Atlântida- no reino das trevas, Crepúsculo dos Deuses,  Renúncia… E aqueles que eu comecei e não terminei … Cem anos de de solidão, O mundo de Sofia,  O nome da rosa, Mistério e magia no Tibete, Dom Casmurro… Esses estão todos lá na minha estante, me esperando ansiosamente para retomar o passeio…
É… Parece que já tenho uma boa lista para começar, ou melhor, para terminar!
Agora é arrumar as malas para começar essa incrível viagem literária… Que venha 2014!

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